segunda-feira, 1 de julho de 2013

POLIOMIELITE




ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Descrição
Doença infectocontagiosa viral aguda, que se manifesta de várias formas: infecções inaparentes, quadro febril inespecífico, meningite asséptica, formas paralíticas e morte. O quadro clássico é caracterizado por paralisia flácida de início súbito. O déficit motor instala-se subitamente e a evolução dessa manifestação, freqüentemente, não ultrapassa três dias. Acomete, em geral, os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principais características: flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido. Apenas as formas paralíticas possuem características típicas: instalação súbita da deficiência motora, acompanhada de febre; assimetria, acometendo sobretudo a musculatura dos membros, com mais freqüência os inferiores; flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada; sensibilidade conservada e persistência de alguma paralisia residual (seqüela) após 60 dias do início da doença. Quando ocorre paralisia dos músculos respiratórios e da deglutição, a vida do paciente é ameaçada. As formas paralíticas são pouco freqüentes (1 a 1,6% dos casos) se comparadas às formas inaparentres da infecção (90 a 95%) dos casos.



Sinonímia
Paralisia infantil.

Agente etiológico
É um vírus RNA. Poliovírus, gênero Enterovírus, da família Picornaviridaecom três sorotipos: I, II e III.

Reservatório
O homem.

Modo de transmissão
Principalmente por contato direto pessoa a pessoa, pelas vias fecal-oral (a principal) ou oral-oral. Essa última através de gotículas de muco do orofaringe.

Período de incubação
Geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias.

Período de transmissibilidade
Não se conhece com exatidão. O vírus é encontrado nas secreções da oro-faringe após 36 a 72 horas a partir da infecção se instaura e persiste por uma semana e, nas fezes, por cerca de 3 a 6 semanas.

Complicações
Seqüelas paralíticas. Parada respiratória devido à paralisia muscular.

Tratamento
Não há tratamento específico, mas todos os casos com manifestações clínicas devem ser internados para tratamento de suporte.

Características epidemiológicas
Esta doença foi de alta incidência no Brasil e em outros países americanos, deixando centenas de indivíduos com seqüelas paralíticas. Em 1989, registrou-se o último caso país, após um período de realização de grandes campanhas vacinais e intensificação das ações de vigilância epidemiológica. Em 1994, o poliovírusselvagem foi considerado erradicado do Brasil e das Américas.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivos
Detectar precocemente a reintrodução do poliovírus selvagem no território brasileiro, pela vigilância ativa das paralisias flácidas agudas em menores de 15 anos, para garantir maior agilidade das medidas de prevenção e controle.

Notificação
Doença com sistema de vigilância ativa que exige a notificação compulsória e investigação imediata dos casos de paralisias flácidas agudas (PFA).

Medidas de controle
Além de uma vigilância ágil e sensível à detecção de casos de poliomielite importados, a vacinação é a medida mais eficaz para manter erradicada a circulação do poliovírus selvagem nas Américas. Portanto, além da vacinaçãode rotina nos serviços de saúde, visado assegurar, o mais precocemente possível, a imunização adequada de todas as crianças nascidas, as campanhas anuais de vacinação são importantes para garantir um nível adequado de imunidade de grupo na população, através da disseminação no meio ambiente, em um curto intervalo de tempo, do vírus vacinal, que compete com a circulação do vírus selvagem. O Brasil adota em seu esquema vacinal básico a vacina anti-pólio oral
(VPO - Sabin) no seguinte esquema: 1a dose aos 2 meses; 2ª dose, aos 4 meses; 3ª dose, aos 6 meses; reforço aos 15 meses.

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