Febre maculosa brasileira é uma doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim da espécie Amblyomma cajennense infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii.
Esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande
porte (bois cavalos, etc.), cães, aves domésticas, roedores e,
especialmente, na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais.
Transmissão
Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar
pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os mais jovens e de
menor tamanho são vetores mais perigosos, porque são mais difíceis de
serem vistos.
Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.
Distribuição
No Brasil, há casos de febre maculosa nos estados de São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, mas não é
impossível que ocorram em outros lugares.
Vacina
Não existe vacina contra a febre maculosa brasileira.
Sintomas
Quando a bactéria cai na circulação causa vasculite, isto é, lesa a
camada interna dos vasos (endotélio). Os primeiros sintomas aparecem de
dois a quatorze dias depois da picada. Na imensa maioria dos casos, sete
dias depois.
A doença começa abruptamente com um conjunto de sintomas semelhantes
aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça,
inapetência, desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas,
as máculas, que crescem e tornam-se salientes, constituindo as
maculopápulas.
Essas lesões podem apresentar o componente petequial (petéquia é uma
pintinha hemorrágica parecida com uma picada de pulga) e, às vezes,
ocorrem pequenas hemorragias subcutâneas no local das maculopápulas
petequiais.
A erupção cutânea é generalizada e manifesta-se também na palma das
mãos e na planta dos pés, o que em geral não acontece nas outras doenças
exantemáticas (sarampo, rubéola, dengue hemorrágico, por exemplo).
Diagnóstico
A reação de imunofluorescência indireta (RIFI) é um exame específico
para o diagnóstico da febre maculosa brasileira. No entanto, não se deve
esperar pelos resultados porque demoram. Por isso, é fundamental
considerar os achados clínicos e os dados epidemiológicos da doença, que
tem a peculiaridade de causar micro-epidemias.
Diagnóstico precoce é importante para dar início ao tratamento porque a taxa de letalidade da doença é elevada.
Casos de febre maculosa brasileira são de notificação compulsória ao serviço de vigilância epidemiológica.
Tratamento
A febre maculosa brasileira tem cura desde que o tratamento com
antibióticos (tetraciclina e clorafenicol) seja introduzido nos
primeiros dois ou três dias. O ideal é manter a medicação por dez a
quatorze dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e
evolui para a cura total.
Atraso no diagnóstico e, conseqüentemente, no início do tratamento
pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema
nervoso central, dos rins e pulmões, das lesões vasculares e levar ao
óbito.
Recomendações
Evite o contato com carrapatos. Se, por acaso, estiver numa área em que eles possam existir, tome as seguintes precauções:
* Examine seu corpo cuidadosamente a cada três horas pelo menos,
porque o carrapato-estrela transmite a bactéria responsável pela febre
maculosa só depois de pelo menos quatro horas grudado na pele;
* Use roupas claras porque facilitam enxergar melhor os carrapatos;
* Coloque a barra das calças dentro das meias e calce botas de cano
mais alto nas áreas que possam estar infestadas por carrapatos.
* Tenha cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado em sua pele;
* Não se esqueça de que os sintomas iniciais da febre maculosa são
semelhantes aos de outras infecções e requerem assistência médica
imediata. Esteja atento ao aparecimento dos sintomas comuns a vários
tipos de infecção e procure um médico para diagnóstico diferencial.
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