ü ASPECTOS
CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS:
DESCRIÇÃO:
Doença infecciosa febril aguda, que pode ser de curso benigno
ou grave, dependendo da forma como se apresente: infecção inaparente, dengue
clássico (DC), febre hemorrágica da dengue (FHD) ou síndrome de choque da dengue
(SCD). A DC, em geral, se inicia abruptamente com febre alta (39°a 40°),
seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor
retroorbitária, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo, hepatomegalia (ocasional),
dor abdominal generalizada (principalmente em crianças). Pequenas manifestações
hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia, sangramento gastrointestinal,
hematúria e metrorragia) podem ocorrer. Dura cerca de 5 a 7 dias, quando há
regressão dos sinais e sintomas, podendo persistir a fadiga. Na FHD e SCD, os
sintomas iniciais são semelhantes aos da DC, mas no terceiro ou quarto dia o
quadro se agrava com dor abdominal, sinais de debilidade profunda, agitação ou
letargia, palidez de face, pulso rápido e débil, hipotensão com diminuição da
pressão diferencial, manifestações hemorrágicas espontâneas (petéquias,
equimoses, púrpura, sangramento do trato gastrointestinal), derrames
cavitários, cianose e diminuição brusca da temperatura. Um achado laboratorial
importante é a trombocitopenia com hemoconcentração concomitante. A principal
característica fisiopatológica associada ao grau de severidade da FHD é o
extravasamento do plasma, que se manifesta por meio de valores crescentes do
hematócrito e hemoconcentração.
SINONÍMIA:
Febre de quebra ossos.
AGENTE
ETIOLÓGICO: É o vírus do dengue (RNA). Arbovírus do gênero Flavivírus,
pertencente à família Flaviviridae, com 4 sorotipos
conhecidos: 1, 2, 3 e 4.
VETORES
HOSPEDEIROS: Os vetores são mosquitos do gênero Aedes. Nas Américas, o vírus
da dengue persiste na natureza mediante o ciclo de transmissão homem – Aedes
aegypti - homem. O Aedes
albopictus, já presente nas Américas e com ampla dispersão na região
Sudeste do Brasil, até o momento não foi associado à transmissão do vírus da
dengue nas Américas. A fonte da infecção e hospedeiro vertebrado é o homem. Foi
descrito, na Ásia e na África, um ciclo selvagem envolvendo o macaco.
MODO
DE TRANSMISSÃO: A transmissão se faz pela picada da fêmea do mosquito Aedes
aegypti, no ciclo homem - Aedes
aegypti - homem. Após um repasto de sangue infectado, o
mosquito está apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias
de incubação extrínseca. A transmissão mecânica também
é possível, quando o repasto é interrompido
e o mosquito, imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível
próximo. Não há transmissão por contato direto de um doente ou
de suas secreções com uma pessoa sadia, nem
por fontes de água ou alimento.
COMPLICAÇÕES:
Choque decorrente do aumento da permeabilidade capilar, seguido
de hemoconcentração e falência circulatória.
DIAGNÓSTICO:
Na DC, o diagnóstico é clínico e laboratorial nos primeiros
casos e em seguida, clínico-epidemiológico. A FHD e
SCD necessitam de uma boa anamnese,
seguida de exame clínico com prova do laço (verificar aparecimento de
petéquias) e confirmação laboratorial
específica. Importante estar atento a sinais de
insuficiência cardíaca.
TRATAMENTO:
DC:
sintomáticos (não usar ácido acetil-salicílico). FHD: alguns sinais
de alerta precisam ser observados: dor abdominal intensa e contínua, vômitos
persistentes, hepatomegalia dolorosa, derrames cavitários, sangramentos
importantes, hipotensão arterial (PA sistólica <=80mm
Hg,
em < 5 anos; PA sistólica <= 90mm Hg, em > 5 anos), diminuição da pressão
diferencial (PA sistólica - PA diastólica <= 20mm Hg), hipotensão postural
(PA sistólica sentado - PA sistólica em pé com diferença maior que 10mm Hg),
diminuição da diurese, agitação, letargia, pulso rápido e fraco, extremidades
frias, cianose, diminuição brusca da temperatura corpórea associada à sudorese
profusa, taquicardia, lipotimia e aumento repentino do hematócrito. Aos
primeiros sinais de choque, o paciente deve ser internado imediatamente para
correção rápida de volume de líquidos perdidos e da acidose. Durante uma
administração rápida de fluidos, é particularmente importante estar atento a
sinais de insuficiência cardíaca.
MEDIDAS
DE CONTROLE:
-
Vigilância epidemiológica;
-
Combate ao vetor;
-
Assistência aos pacientes;
-
Integração com a atenção básica (PACS/PSF); Ações de saneamento ambiental;
-
Ações integradas de educação em saúde, comunicação e mobilização;
-
Capacitação de recursos humanos;
-
Legislação de apoio ao programa e Acompanhamento e avaliação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário