Febre amarela é uma doença infecciosa causada por um tipo de vírus
chamado flavivírus, cujo reservatório natural são os primatas
não-humanos que habitam as florestas tropicais.
Existem dois tipos de febre amarela: a silvestre, transmitida pela
picada do mosquito Haemagogus , e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti,
o mesmo que transmite a dengue e que foi reintroduzido no Brasil na
década de 1970. Embora os vetores sejam diferentes, o vírus e a evolução
da doença são absolutamente iguais.
A febre amarela não é transmitida de uma pessoa para a outra. A
transmissão do vírus ocorre quando o mosquito pica uma pessoa ou primata
(macaco) infectados, normalmente em regiões de floresta e cerrado, e
depois pica uma pessoa saudável que não tenha tomado a vacina.
A forma urbana já foi erradicada. O último caso de que se tem notícia
ocorreu em 1942, no Acre, mas pode acontecer novo surto se a pessoa
infectada pela forma silvestre da doença retornar para áreas de cidades
onde exista o mosquito da dengue que prolifera nas cercanias das
residências e ataca durante o dia.
Sintomas
Os principais sintomas da febre amarela – febre alta, mal-estar, dor
de cabeça, dor muscular muito forte, cansaço, calafrios, vômito e
diarréia aparecem, em geral, de três a seis dias após a picada (período
de incubação). Aproximadamente metade dos casos da doença evolui bem. Os
outros 15% podem apresentar, além dos já citados, sintomas graves como
icterícia, hemorragias, comprometimento dos rins (anúria), fígado
(hepatite e coma hepático), pulmão e problemas cardíacos que podem levar
à morte. Uma vez recuperado, o paciente não apresenta seqüelas.
Diagnóstico
Como os sintomas da febre amarela são muito parecidos com os da
dengue e da malária, o diagnóstico preciso é indispensável e deve ser
confirmado por exames laboratoriais específicos, a fim de evitar o risco
de epidemia em áreas urbanas, onde o vírus pode ser transmitido pelo
mosquito da dengue.
Tratamento
Doente com febre amarela precisa de suporte hospitalar para evitar
que o quadro evolua com maior gravidade. Não existem medicamentos
específicos para combater a doença. Basicamente, o tratamento consiste
em hidratação e uso de antitérmicos que não contenham ácido
acetilsalicílico. Casos mais graves podem requerer diálise e transfusão
de sangue.
Existe vacina eficaz contra a febre amarela, que deve ser renovada a cada dez anos. Nas áreas de risco, a vacinação deve ser feita a partir dos seis meses de vida. De maneira geral, a partir dos nove meses, a vacina deveria ser recomendada para as demais pessoas, uma vez que existe a possibilidade de novos surtos da doença caso uma pessoa infectada pela febre amarela silvestre retorne para regiões mais povoadas onde exista o mosquito Aedes aegypti.
A vacinação é recomendada, especialmente, aos viajantes que se dirigem para localidades, como zonas de florestas e cerrados, e deve ser tomada dez dias antes da viagem para que o organismo possa produzir os anticorpos necessários.
Recomendações
* Vacine-se contra febre amarela pelo menos dez dias antes de viajar para áreas de risco e não se esqueça das doses de reforço que devem ser repetidas a cada dez anos;
* Use, sempre que possível, calças e camisas que cubram a maior parte do corpo;
* Aplique repelente sistematicamente. Não se esqueça de passá-lo também na nuca e nas orelhas. Repita a aplicação a cada quatro horas, ou a cada duas horas se tiver transpirado muito;
* Não se esqueça de reaplicar o repelente toda a vez que molhar o corpo ou entrar na água;
* Use mosqueteiro, quando for dormir nas áreas de risco,
* Procure informar-se sobre os lugares para os quais vai viajar e consulte um médico ou os núcleos de atendimento ao viajante para esclarecimentos sobre cuidados preventivos;
* Erradicar o mosquito transmissor da febre amarela é impossível, mas combater o mosquito da dengue nas cidades é uma medida de extrema importância para evitar surtos de febre amarela nas áreas urbanas. Não se descuide das normas básicas de prevenção.
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