segunda-feira, 1 de julho de 2013

ENTEROBÍASE



ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLOGICOS:

DESCRIÇÃO: Infestação intestinal causada por helmintos. Pode cursar assintomática ou apresentar, como característica principal, o prurido retal, freqüentemente noturno, que causa irritabilidade, desassossego, desconforto e sono intranqüilo. As escoriações provocadas pelo ato de coçar podem resultar em infecções secundárias em torno do ânus, com congestão na região anal, ocasionando inflamação com pontos hemorrágicos, onde se encontram freqüentemente fêmeas adultas e ovos. Sintomas inespecíficos do aparelho digestivo são registrados, como vômitos, dores abdominais, tenesmo, puxo e, raramente, fezes sanguinolentas. Outras manifestações, como vulvovaginites, salpingites, ooforite e granulomas pelvianos ou hepáticos, têm sido registradas esporadicamente.

SINONÍMIA: Oxiuríase, caseira.

AGENTE ETIOLÓGICO: Enterobius vermicularis, nematódeo intestinal.





RESERVATÓRIO: O homem.

MODO DE TRANSMISSÃO: São diversos os modos de transmissão.

- Auto-infecção externa ou Direta: Do ânus para a cavidade oral, através dos dedos, principalmente nas crianças, doentes mentais e adultos com precários hábitos de higiene;

- Indireta: Ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os eliminou;

- Heteroinfecção: Os ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro;

- Retroinfestação: Migração das larvas da região anal para as regiões superiores
do intestino grosso chegando até o ceco, onde se tornam adultas;

-  Auto-infecção interna:processo raro no qual as larvas eclodem ainda
dentro do reto e depois migrariam até o ceco, transformando-se em vermes
adultos;

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: O ciclo de vida do parasito dura de 2 a 6 semanas. A sintomatologia aparece quando existe um grande número de vermes resultante de infestações sucessivas, que ocorre alguns meses depois da infestação inicial.

COMPLICAÇÕES: Salpingites, vulvo vaginites, granulomas pelvianos. Infecções secundárias às escoriações.

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: Dura enquanto as fêmeas grávidas expulsam ovos na pele perianal, que permanecem infectantes por uma ou duas semanas fora do hospedeiro.

Ciclo de vida do Enterobius vermicularis.

 
COMPLICAÇÕES: Salpingites, vulvo vaginites, granulomas pelvianos. Infecções secundárias
às escoriações.

DIAGNÓSTICO: Em geral, clínico, devido ao prurido característico. O diagnóstico laboratorial reside no encontro do parasito e de seus ovos. Como dificilmente é conseguido nos parasitológicos de fezes de rotina, sendo achado casual quando o parasitismo é muito intenso, deve-se pesquisar diretamente na região perianal, o que deve ser feito pelo método de Hall (swab anal) ou pelo método de Graham (fita gomada), cuja colheita é feita na região anal, seguida de leitura em microscópio. Também podem ser pesquisados em material retirado de unhas de crianças infectadas, que oferecem alto índice de positividade.

TRATAMENTO:
- Pamoato de pirvínio, 10mg/kg, VO, dose única;
- Mebendazol, 100mg, 2 vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Essa dose independe do peso corporal e da idade;
- Albendazol, 10mg/kg, VO, dose única, até no máximo de 400mg;
Todas as 3 drogas são contraindicadas em gestantes.


MEDIDAS DE CONTROLE:

-  Orientar a população em hábitos de higiene pessoal, particularmente o de lavar as mãos antes das refeições, após o uso do sanitário, após o ato de se coçar e quando for manipular alimentos.
- Manter as unhas aparadas rente ao dedo para evitar acúmulo de material contaminado.
- Evitar coçar a região anal desnuda e evitar levar as mãos à boca.
-Eliminar as fontes de infecção através do tratamento do paciente e de todos os membros da família.
- Troca de roupas de cama, de roupa interna e toalhas de banho, diariamente, para evitar a aquisição de novas infecções pelos ovos depositados nos tecidos.
- Manter limpas as instalações sanitárias.
 

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