ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Descrição
Micose
profunda, geralmente com sintomatologia cutânea importante, grave, que, na
forma crônica, é conhecida como “tipo adulto” e, na forma aguda ou sub-aguda,
como “tipo juvenil”. A primeira caracteriza-se por comprometimento pulmonar,
lesões ulceradas de pele, mucosas (oral, nasal, gastrointestinal), linfoadenopatia;
na forma disseminada, pode acometer todas as vísceras, sendo frequentemente
afetada a supra-renal. A segunda é rara e, quando ocorre, compromete o sistema
fagocítico-mononuclear e leva à disfunção da medula óssea. Na cavidade oral,
evidenciaseuma estomatite, com pontilhado hemorrágico fino, conhecida como “estomatite
moriforme de Aguiar-Pupo”. A classificação abaixo apresenta ,a interação entre
o P. brasiliensis e o homem, determinando infecção ou doença, assim como
as formas clínicas da paracoccidioidomicose.
Infecção paracoccidióidica- Caracteriza-se apenas por contágio
do indivíduo pelo fungo, sem a presença de doença clinicamente manifesta.
Paracoccidioidomicose (doença) - Caracteriza-se pela presença de
manifestações clínicas relacionadas a um ou mais órgãos, dependentes das lesões
fúngicas em atividade ou de suas seqüelas.
Forma regressiva - Doença benigna com manifestações clínicas discretas, em
geral pulmonares. Apresenta regressão espontânea, independente de tratamento.
Forma progressiva - Ocorre comprometimento de um ou mais órgãos, podendo
evoluir para óbito, caso não seja tratada de maneira adequada.É dividida nas
formas aguda e crônica, de acordo com a idade, duração e manifestações
clínicas.
Forma aguda ou sub-aguda (juvenil)
a)
Com adenomegalia de linfonodos superficiais;
b)
Com comprometimento abdominal ou do aparelho digestivo;
c)
Com comprometimento ósseo;
d)
Com outras manifestações clínicas.
Forma crônica (adulto) - Pode acometer todos os órgãos citados, inclusive o SNC.
Pode ser:
a)
Forma leve;
b)
Forma moderada;
c)
Forma grave.
Forma seqüelar-
Manifestações clínicas relacionadas à fibrose cicatrial, que se seqüelar segue
ao tratamento específico, como hiperinsuflação pulmonar, insuficiência adrenal,
estenose de traquéia e síndrome de má absorção.
Sinonímia
Antigamente
conhecida como blastomicose sul-americana ou moléstia de
Lutz-Splendore
e Almeida.
Etiologia
Paracoccidiodes brasiliensis, um fungo dimorfo.
Reservatório
O
solo e poeira carregados de fungo em suspensão, normalmente em meio rural.
Modo de transmissão
Por
inalação do fungo. A contaminação através de ferimentos cutâneos e nas mucosas
é extremamente rara.
Período de incubação
Pode
ir de 1 mês até muitos anos.
Período de transmissibilidade
Não
há caso descrito de transmissão pessoa a pessoa.
Complicações
Neuroparacoccidioidomicose,
caracterizada por comprometimento do parênquima e dos folhetos que revestem o
sistema nervoso central. As formas pulmonares podem evoluir para insuficiência
respiratória crônica.
Diagnóstico
Clínico
e laboratorial. Este último é feito com o achado do parasita, que se apresenta
como células arredondadas, de dupla parede, birrefringente, com ou sem
gemulação. Quando há gemulação múltipla, o parasita toma aspecto de “roda de
leme”. Provas sorológicas, como a imunodifusão em gel e histopatologia, podem
ser empregadas.
Tratamento
Uma
das opções a seguir
a)
Sulfametoxazol+ trimetoprim
b)
Itraconazol
c)
Cetoconazol
d)
Fluconazol
e)
Anfotericina B
Características
epidemiológicas
Doença endêmica nas regiões tropicais
da América do Sul, comum noBrasil em relação a outros países. Freqüente em
trabalhadores rurais, agricultores, operários da construção civil.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivo
Por
não dispor de instrumento de prevenção, essa doença não é objeto de vigilância
epidemiológica rotineiramente. No Brasil, tem-se registro acumulado de mais de
60 casos de paracoccidioidomicose associados à aids, o que coloca essa infecção
como mais um dos indicadores daquela síndrome.
Notificação
Não
é doença de notificação compulsória.
Medidas de controle
Não
há medida de controle disponível. Deve-se tratar os doentes precoce e corretamente,
visando impedir a evolução da doença e suas complicações. Indica-se desinfecção
concorrente dos exudatos, artigos contaminados e limpeza terminal.
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