segunda-feira, 1 de julho de 2013

PARACOCCIDIOIDOMICOSE



ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Descrição
Micose profunda, geralmente com sintomatologia cutânea importante, grave, que, na forma crônica, é conhecida como “tipo adulto” e, na forma aguda ou sub-aguda, como “tipo juvenil”. A primeira caracteriza-se por comprometimento pulmonar, lesões ulceradas de pele, mucosas (oral, nasal, gastrointestinal), linfoadenopatia; na forma disseminada, pode acometer todas as vísceras, sendo frequentemente afetada a supra-renal. A segunda é rara e, quando ocorre, compromete o sistema fagocítico-mononuclear e leva à disfunção da medula óssea. Na cavidade oral, evidenciaseuma estomatite, com pontilhado hemorrágico fino, conhecida como “estomatite moriforme de Aguiar-Pupo”. A classificação abaixo apresenta ,a interação entre o P. brasiliensis e o homem, determinando infecção ou doença, assim como as formas clínicas da paracoccidioidomicose.

Infecção paracoccidióidica- Caracteriza-se apenas por contágio do indivíduo pelo fungo, sem a presença de doença clinicamente manifesta.

Paracoccidioidomicose (doença) - Caracteriza-se pela presença de manifestações clínicas relacionadas a um ou mais órgãos, dependentes das lesões fúngicas em atividade ou de suas seqüelas.


Forma regressiva - Doença benigna com manifestações clínicas discretas, em geral pulmonares. Apresenta regressão espontânea, independente de tratamento.

Forma progressiva - Ocorre comprometimento de um ou mais órgãos, podendo evoluir para óbito, caso não seja tratada de maneira adequada.É dividida nas formas aguda e crônica, de acordo com a idade, duração e manifestações clínicas.

Forma aguda ou sub-aguda (juvenil)
a) Com adenomegalia de linfonodos superficiais;
b) Com comprometimento abdominal ou do aparelho digestivo;
c) Com comprometimento ósseo;
d) Com outras manifestações clínicas.

Forma crônica (adulto) - Pode acometer todos os órgãos citados, inclusive o SNC. Pode ser:
a) Forma leve;
b) Forma moderada;
c) Forma grave.

Forma seqüelar- Manifestações clínicas relacionadas à fibrose cicatrial, que se seqüelar segue ao tratamento específico, como hiperinsuflação pulmonar, insuficiência adrenal, estenose de traquéia e síndrome de má absorção.



Sinonímia
Antigamente conhecida como blastomicose sul-americana ou moléstia de
Lutz-Splendore e Almeida.

Etiologia
Paracoccidiodes brasiliensis, um fungo dimorfo.

Reservatório
O solo e poeira carregados de fungo em suspensão, normalmente em meio rural.

Modo de transmissão
Por inalação do fungo. A contaminação através de ferimentos cutâneos e nas mucosas é extremamente rara.

Período de incubação
Pode ir de 1 mês até muitos anos.

Período de transmissibilidade
Não há caso descrito de transmissão pessoa a pessoa.

Complicações
Neuroparacoccidioidomicose, caracterizada por comprometimento do parênquima e dos folhetos que revestem o sistema nervoso central. As formas pulmonares podem evoluir para insuficiência respiratória crônica.

Diagnóstico
Clínico e laboratorial. Este último é feito com o achado do parasita, que se apresenta como células arredondadas, de dupla parede, birrefringente, com ou sem gemulação. Quando há gemulação múltipla, o parasita toma aspecto de “roda de leme”. Provas sorológicas, como a imunodifusão em gel e histopatologia, podem ser empregadas.

Tratamento
Uma das opções a seguir
a) Sulfametoxazol+ trimetoprim
b) Itraconazol
c) Cetoconazol
d) Fluconazol
e) Anfotericina B

Características epidemiológicas
Doença endêmica nas regiões tropicais da América do Sul, comum noBrasil em relação a outros países. Freqüente em trabalhadores rurais, agricultores, operários da construção civil.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Objetivo
Por não dispor de instrumento de prevenção, essa doença não é objeto de vigilância epidemiológica rotineiramente. No Brasil, tem-se registro acumulado de mais de 60 casos de paracoccidioidomicose associados à aids, o que coloca essa infecção como mais um dos indicadores daquela síndrome.

Notificação
Não é doença de notificação compulsória.

Medidas de controle
Não há medida de controle disponível. Deve-se tratar os doentes precoce e corretamente, visando impedir a evolução da doença e suas complicações. Indica-se desinfecção concorrente dos exudatos, artigos contaminados e limpeza terminal.
 

 

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