A hepatite B é uma doença transmitida pelo vírus VHB, que tem
predileção por infectar os hepatócitos, as células do fígado. Essas
células podem ser agredidas pelo VHB diretamente, ou pelas células do
sistema de defesa que, empenhadas em combater a infecção, acabam
causando um processo inflamatório crônico.
O vírus da hepatite B pode sobreviver ativo no ambiente externo por
vários dias. O período de incubação dura, em média, de um a quatro
meses. Uma pessoa infectada por ele pode desenvolver as seguintes formas
da doença: hepatite aguda, hepatite crônica (ou ambas) e hepatite
fulminante, uma forma rara da doença que pode ser fatal.
Transmissão
O vírus da hepatite B está presente no sangue, na saliva, no sêmen e
nas secreções vaginais da pessoa infectada. A transmissão pode ocorrer
por via perinatal, isto é, da mãe para o feto na gravidez, durante e
após o parto; por via horizontal, através de pequenos ferimentos na pele
e nas mucosas; pelo uso de drogas injetáveis e por transfusões de
sangue (risco que praticamente desapareceu desde que o sangue dos
doadores passou a ser rotineiramente analisado).
As relações sexuais constituem outra via importante de transmissão da
hepatite B, considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), porque o vírus atinge concentrações altas nas secreções sexuais.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base nos exames físico e de sangue para
determinar o valor das transaminases (aminotransferases, segundo a nova
nomenclatura médica), e a presença de antígenos do vírus na detecção do
DNA viral. Em alguns casos, pode ser necessário realizar biópsia de
fígado.
Sintomas
De modo geral, os principais sintomas da infecção aguda pelo vírus
VHB são semelhantes aos da hepatite A: náuseas, vômitos, mal-estar,
febre, fadiga, perda de apetite, dores abdominais, urina escura, fezes
claras, icterícia (cor amarelada na pele e conjuntivas).
A hepatite aguda pode passar despercebida, porque a doença ou é
assintomática, ou os sintomas não chamam a atenção. Outra
particularidade é que a maioria dos pacientes elimina o vírus e evolui
para a cura definitiva. Em menos de 5% dos casos, porém, o VHB persiste
no organismo e a doença torna-se crônica.
A hepatite B crônica também pode evoluir sem apresentar sintomas que
chamem a atenção durante muitos anos. Isso não indica que parte dos
infectados possa desenvolver cirrose hepática e câncer de fígado no
futuro. Na maioria das vezes, porém, quando os pacientes procuram o
médico, já há sinais de insuficiência hepática crônica: icterícia,
aumento do baço, acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite),
distúrbios de atenção e de comportamento (encefalopatia hepática). A
evolução dessa forma da doença depende de fatores, como a replicação do
vírus, a resposta imunológica, o consumo de álcool e a eventual infecção
por outros vírus.
Prevenção
A maneira mais segura e eficaz de prevenir a infecção pelo VHB é
tomar as três doses da vacina contra a hepatite B, assim distribuídas: a
segunda 30 dias depois da primeira e a terceira, seis meses depois da
primeira.
Devem receber essa vacina: recém-nascidos, crianças que não foram
vacinadas ao nascer, pessoas com vida sexual ativa, aquelas que convivem
com pacientes com a enfermidade ou necessitam de transfusões de sangue
com frequencia, as submetidas à hemodiálise. Também devem ser vacinados
os usuários de drogas injetáveis, os profissionais na área de saúde, os
doadores de órgãos sólidos e de medula óssea, policiais, manicures,
podólogos, portadores de HIV e de imunodeficiências, vítimas de abuso
sexual, a população indígena, entre outros grupos.
Tratamento
Na maioria dos casos, o tratamento da hepatite B aguda tem como
objetivo aliviar os sintomas e afastar o risco de complicações. Nessa
fase, não há consenso sobre a indicação de medicamentos antivirais.
Também, ao contrário do que se preconizava no passado, o paciente não
precisa permanecer em repouso, mas deve moderar a atividade física.
Nem todos os portadores de hepatite B crônica com diagnóstico recente
precisam de tratamento imediato. Quando ele se faz necessário, existem
remédios que inibem a replicação do vírus e atuam no controle da
resposta inflamatória.
Recomendações
*Saiba que a hepatite B crônica é uma doença que exige cuidados,
porque pode evoluir para cirrose hepática e câncer de fígado (carcinoma
hepatocelular);
*Vale a pena consultar um médico sobre a importância de tomar a
vacina contra hepatite B, mesmo que você não pertença aos grupos de
risco. Essa vacina protege também contra a infecção pelo vírus da
hepatite D, que só se manifesta quando ocorre dupla infecção;
*Informe-se sobre a distribuição gratuita da vacina contra a hepatite B pelo sistema público de saúde.
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