É uma das
complicações mais graves da tuberculose. O seu quadro clínico é, comumente, de
início insidioso, embora alguns casos possam ter um começo abrupto, marcado
pelo surgimento de convulsões. É dividido em 3 estágios. O primeiro,
geralmente, tem duração de 1 a 2 semanas, com sintomas inespecíficos, como:
febre, mialgias, sonolência, apatia, irritabilidade, cefaléia, anorexia,
vômitos, dor abdominal e mudanças súbitas do humor. No segundo estágio,
persistem os sintomas sistêmicos, mas surgem sinais de lesão de nervos
cranianos, exteriorizando-se por paresias
e plegias,
estrabismo, ptose palpebral, irritação meníngea e hipertensão intracraniana.
Podem surgir sinais de encefalite, com tremores periféricos, distúrbios da fala,
trejeitos e movimentos atetóides das extremidades. No terceiro, surgem déficit
neurológico focal, opistótono, rigidez de nuca, alterações do ritmo cardíaco e
da respiração e graus variados de perturbação da consciência, incluindo o coma.
Em qualquer estágio clínico da doença, pode-se observar convulsões focais ou
generalizadas.
Agente
etiológico
O complexo Mycobacterium
tuberculosis é constituído de várias espécies, a saber: M. tuberculosis,
M. bovis e M. africanum. O M. tuberculosis é um bacilo não
formador de esporos, sem flagelos e que não produz toxinas. É uma espécie
aeróbica estrita, necessitando de oxigênio para crescer e se multiplicar.
Habitat
Embora outros
animais, em especial o gado bovino, possam ser reservatórios, é o homem, com a
forma pulmonar bacilífera, que tem a maior importância epidemiológica.
Modo de
transmissão
A transmissão se
dá principalmente por via aérea, pela qual os bacilos penetram com o ar
inspirado e vão atingir as porções mais periféricas do pulmão. Os casos de
tuberculose pulmonar com baciloscopia de escarro positivo constituem a
principal fonte de infecção, pois eliminam grande número de bacilos, podendo
provocar infecção dos contatos, com maior probabilidade de desenvolvimento de
formas graves da doença, como a meningite. Período de incubação
De 4 a 12
semanas após a infecção, são detectadas as lesões primárias. A meningite
tuberculosa, em geral, é uma complicação precoce da tuberculose primária, que
ocorre, freqüentemente, nos primeiros seis meses após a primo-infecção. Pode,
no entanto, só se manifestar anos depois.
Período de
transmissibilidade
A meningite
tuberculosa não é transmissível, a não ser que esteja associada à tuberculose
pulmonar bacilífera, cuja transmissibilidade se mantém enquanto houver doença
pulmonar ativa. O tratamento quimioterápico correto praticamente anula a
contagiosidade.
Complicações
Existe uma
relação direta entre a precocidade diagnóstica e o prognóstico, porém,
infelizmente, a maioria só é diagnosticada nos estágios avançados, justificando
assim, a alta letalidade e a ocorrência de sequelas, tais como: aumento do
perímetro encefálico, retardamento, espasticidade e hipertonicidade muscular.
Diagnóstico
Os exames
laboratoriais do líquor podem confirmar a suspeita clínica de meningite
tuberculosa. São eles: Citometria e bioquímica, pesquisa de BAAR e cultura no
meio Lowenstein-Jewsen.
Tratamento:
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