domingo, 30 de junho de 2013

Hepatite A


Doença viral aguda, de manifestações clínicas variadas desde formas subclínicas, oligossintomáticas até formas fulminantes. Os sintomas se assemelham a uma síndrome gripal. O quadro clínico é mais intenso na medida em que aumenta a idade do paciente. No decurso de uma hepatite típica temos vários períodos:
a) incubação;
b) prodrômico ou pré-ictérico - com duração em média de 7 dias, caracterizado por mal-estar, cefaléia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga intensa, artralgia, náuseas, vômitos, desconforto abdominal na região do hipocôndrio direito, aversão a alguns alimentos e a fumaça de cigarro;
c) ictérico - com intensidade variável e duração geralmente 4 a 6 semanas. É precedido por dois a três dias de colúria. Pode ocorrer hipocolia fecal, prurido, hepato ou hepatoesplenomegalia. A febre, artralgia e cefaléia vão desaparecendo nesta fase;
d) convalescência - retorno da sensação de bem-estar, gradativamente a icterícia regride, as fezes e a urina voltam à coloração normal.
Agente etiológico
Vírus da hepatite A (HAV). É um vírus RNA, família Picornaviridae.
Habitat
Parasita principalmente o homem e alguns primatas.
Transmissão - Fecal-oral, veiculação hídrica, pessoa a pessoa, alimentos contaminados e objetos inanimados.

Período de incubação
De 15 a 45 dias, média de 30 dias.

Período de transmissibilidade
Desde a 2a semana antes do início dos sintomas, até o final da 2ª semana de doença.

Complicações
A forma fulminante apresenta letalidade elevada. Ocorre necrose maciça ou submaciça do fígado, levando à insuficiência hepática aguda rapidamente (10 a 30 dias). A toxemia, sonolência e confusão mental (coma hepático), podem estar acompanhadas de manifestações hemorrágicas. A sepsis é rara.

Diagnóstico
Pode ser clínico-laboratorial, clínico-epidemiológico e laboratorial. Apenas com os aspectos clínicos não é possível identificar o agente etiológico, sendo necessário exames sorológicos.

Tratamento
Não existe tratamento específico para a forma aguda. Se necessário, apenas sintomático para náuseas, vômitos e prurido. Como norma geral, recomenda-se repouso relativo até praticamente a normalização das aminotransferases. Dieta pobre em gordura e rica em carboidratos é de uso popular, porém seu maior benefício é ser mais agradável para o paciente anorético. De forma prática, deve ser recomendado que o próprio paciente defina sua dieta de acordo com seu apetite e aceitação alimentar. A única restrição está relacionada à ingestão de álcool, que deve ser suspensa de 6-12 meses.

Profilaxia
As medidas de controle incluem a notificação de surtos e os cuidados com o paciente. A notificação é importante para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas. Os cuidados com o paciente incluem o afastamento do mesmo das atividades normais durante as primeiras duas semanas da doença e a máxima higiene com desinfecção de objetos, limpeza de bancadas, chão, etc, utilizando cloro ou água sanitária. As medidas preventivas incluem:
a        Educação da população quanto às boas práticas de higiene;
)        Medidas de saneamento básico com água tratada e esgoto;
c       Cozimento adequado para mariscos, frutos do mar e desinfecção (uso de cloro) para alimentos crus. A vacina contra a hepatite A, está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), indicada apenas para pessoas com hepatopatias crônicas suscetíveis para a hepatite A.
 



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