Doença viral
aguda, de manifestações clínicas variadas desde formas subclínicas,
oligossintomáticas até formas fulminantes. Os sintomas se assemelham a uma
síndrome gripal. O quadro clínico é mais intenso na medida em que aumenta a
idade do paciente. No decurso de uma hepatite típica temos vários períodos:
a) incubação;
b) prodrômico ou
pré-ictérico -
com duração em média de 7 dias, caracterizado por mal-estar, cefaléia, febre
baixa, anorexia, astenia, fadiga intensa, artralgia, náuseas, vômitos,
desconforto abdominal na região do hipocôndrio direito, aversão a alguns
alimentos e a fumaça de cigarro;
c) ictérico - com
intensidade variável e duração geralmente 4 a 6 semanas. É precedido por dois a
três dias de colúria. Pode ocorrer hipocolia fecal, prurido, hepato ou
hepatoesplenomegalia. A febre, artralgia e cefaléia vão desaparecendo nesta
fase;
d)
convalescência -
retorno da sensação de bem-estar, gradativamente a icterícia regride, as fezes
e a urina voltam à coloração normal.
Agente
etiológico
Vírus da hepatite A
(HAV). É um vírus RNA, família Picornaviridae.
Habitat
Parasita principalmente o homem e alguns primatas.
Parasita principalmente o homem e alguns primatas.
Transmissão - Fecal-oral, veiculação hídrica,
pessoa a pessoa, alimentos contaminados e objetos inanimados.
Período de
incubação
De 15 a 45 dias,
média de 30 dias.
Período de
transmissibilidade
Desde a 2a
semana antes do início dos sintomas, até o final da 2ª semana de doença.
Complicações
A forma
fulminante apresenta letalidade elevada. Ocorre necrose maciça ou submaciça do
fígado, levando à insuficiência hepática aguda rapidamente (10 a 30 dias). A
toxemia, sonolência e confusão mental (coma hepático), podem estar acompanhadas
de manifestações hemorrágicas. A sepsis é rara.
Diagnóstico
Pode ser clínico-laboratorial,
clínico-epidemiológico e laboratorial. Apenas com os aspectos clínicos não é
possível identificar o agente etiológico, sendo necessário exames sorológicos.
Tratamento
Não existe
tratamento específico para a forma aguda. Se necessário, apenas sintomático
para náuseas, vômitos e prurido. Como norma geral, recomenda-se repouso
relativo até praticamente a normalização das aminotransferases. Dieta pobre em
gordura e rica em carboidratos é de uso popular, porém seu maior benefício é
ser mais agradável para o paciente anorético. De forma prática, deve ser
recomendado que o próprio paciente defina sua dieta de acordo com seu apetite e
aceitação alimentar. A única restrição está relacionada à ingestão de álcool,
que deve ser suspensa de 6-12 meses.
Profilaxia
As medidas de
controle incluem a notificação de surtos e os cuidados com o paciente. A
notificação é importante para que se desencadeie a investigação das fontes
comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas. Os cuidados
com o paciente incluem o afastamento do mesmo das atividades normais durante as
primeiras duas semanas da doença e a máxima higiene com desinfecção de objetos,
limpeza de bancadas, chão, etc, utilizando cloro ou água sanitária. As medidas
preventivas incluem:
a
Educação
da população quanto às boas práticas de higiene;
)
Medidas
de saneamento básico com água tratada e esgoto;
c
Cozimento adequado para mariscos, frutos do
mar e desinfecção (uso de cloro) para alimentos crus. A vacina contra a hepatite
A, está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais
(CRIE), indicada apenas para pessoas com hepatopatias crônicas suscetíveis para
a hepatite A.
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