domingo, 30 de junho de 2013

LEISHMANIOSE VISERAL



As manifestações clínicas da leishmaniose visceral (LV) refletem o desequilíbrio entre a multiplicação dos parasitos nas células do sistema fagocítico mononuclear (SFM), a resposta imunitária do indivíduo e ao processo inflamatório subjacente. Considerando a evolução clínica desta endemia, optou-se em dividi-la em períodos, devendo ser classificada da seguinte forma:
Período Inicial - É caracterizada pelo início da sintomatologia, podendo variar a cada paciente, mas na maioria dos casos inclui febre com duração inferior a quatro semanas, palidez cutâneo mucosa, hepatoesplenomegalia.
Período de Estado - Caracterizado por febre irregular, associada ao emagrecimento progressivo, palidez cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia. Apresenta quadro clínico arrastado, com mais de dois meses de evolução e muitas vezes com comprometimento do estado geral. Os exames complementares estão alterados e no exame sorológico, os títulos de anticorpos específicos anti-Leishmania são elevados.
Período Final - Febre contínua e comprometimento intenso do estado geral. Instala-se a desnutrição, edema dos membros inferiores, hemorragias, icterícia e ascite. Os exames complementares estão alterados e no exame sorológico, os títulos de anticorpos específicos anti- Leishmania são elevados.
Também conhecida como Calazar, Febre Dundun, Doença do Cachorro.

Agente etiológico
Protozoário do gênero Leishmania, espécie Leishmania chagasi. Apresenta duas formas: amastigota (intracelular em vertebrados) e promastígota (tubo digestivo dos vetores invertebrados).

Habitat
Cão (Canis familiaris), marsupiais (Dedelphis mucura), a raposa (Cerdocion tolos), que agem como mantenedores do ciclo da doença. Interroga-se na LV se o homem também pode ser fonte de infecção.
 


Modo de transmissão
Transmitida através da picada da fêmea de insetos flebotomíneos da espécie Lutzomia longipalpis. Não há transmissão pessoa a pessoa, nem animal a animal.
Período de incubação
Varia de 10 dias a 24 meses, sendo, em média, 2 a 6 meses.

Período de transmissibilidade
O vetor poderá se infectar enquanto persistir o parasitismo na pele ou no sangue circulante dos animais reservatórios.

Complicações
Várias complicações são citadas e as mais freqüentes são as otites, piodermites,
afecções pleuropulmonares geralmente precedidas de bronquites, traqueobronquites agudas, infeção urinária, complicações intestinais; hemorragias, anemia aguda. Estas complicações podem levar o paciente ao óbito.

Diagnóstico
Clínico-epidemiológico e laboratorial. Esse último baseia-se em: a) Exame sorológico, b) Parasitológico, c) Exames inespecíficos – Hemograma e Dosagem de proteínas.

Tratamento
A primeira escolha são os antimoniais pentavalentes (antimoniato de Nmetil-glucamina), na dose 20mg/Kg/dia.
Em gestantes a anfotericina b é a droga indicada para o tratamento.
Contra-indicações - As drogas não podem ser administradas em portadores de cardiopatias, nefropatias, hepatopatias, doença de Chagas. Em gestantes recomenda-se não utilizar o antimoniato de N-metil glucamina.

Medidas Preventivas
Estimular as medidas de proteção individual, tais como uso de repelentes, uso de mosquiteiros; Saneamento Ambiental; Controle da população canina errante; Organização de serviços de saúde para atendimento precoce dos pacientes, visando diagnóstico, tratamento adequado e acompanhamento dos pacientes.

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