As manifestações
clínicas da leishmaniose visceral (LV) refletem o desequilíbrio entre a
multiplicação dos parasitos nas células do sistema fagocítico mononuclear
(SFM), a resposta imunitária do indivíduo e ao processo inflamatório
subjacente. Considerando a evolução clínica desta endemia, optou-se em
dividi-la em períodos, devendo ser classificada da seguinte forma:
Período Inicial - É
caracterizada pelo início da sintomatologia, podendo variar a cada paciente,
mas na maioria dos casos inclui febre com duração inferior a quatro semanas,
palidez cutâneo mucosa, hepatoesplenomegalia.
Período de
Estado -
Caracterizado por febre irregular, associada ao emagrecimento progressivo,
palidez cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia. Apresenta quadro clínico
arrastado, com mais de dois meses de evolução e muitas vezes com
comprometimento do estado geral. Os exames complementares estão alterados e no
exame sorológico, os títulos de anticorpos específicos anti-Leishmania são
elevados.
Período Final - Febre contínua
e comprometimento intenso do estado geral. Instala-se a desnutrição, edema dos
membros inferiores, hemorragias, icterícia e ascite. Os exames complementares
estão alterados e no exame sorológico, os títulos de anticorpos específicos
anti- Leishmania são elevados.
Também
conhecida como Calazar, Febre Dundun, Doença do Cachorro.
Agente
etiológico
Protozoário do
gênero Leishmania, espécie Leishmania chagasi. Apresenta duas
formas: amastigota (intracelular em vertebrados) e promastígota (tubo digestivo
dos vetores invertebrados).
Habitat
Cão (Canis
familiaris), marsupiais (Dedelphis mucura), a raposa (Cerdocion tolos),
que agem como mantenedores do ciclo da doença. Interroga-se na LV se o homem
também pode ser fonte de infecção.
Modo de
transmissão
Transmitida através
da picada da fêmea de insetos flebotomíneos da espécie Lutzomia longipalpis.
Não há transmissão pessoa a pessoa, nem animal a animal.
Período de
incubação
Varia de 10 dias
a 24 meses, sendo, em média, 2 a 6 meses.
Período de
transmissibilidade
O vetor poderá
se infectar enquanto persistir o parasitismo na pele ou no sangue circulante
dos animais reservatórios.
Complicações
Várias
complicações são citadas e as mais freqüentes são as otites, piodermites,
afecções
pleuropulmonares geralmente precedidas de bronquites, traqueobronquites agudas,
infeção urinária, complicações intestinais; hemorragias, anemia aguda. Estas
complicações podem levar o paciente ao óbito.
Diagnóstico
Clínico-epidemiológico
e laboratorial. Esse último baseia-se em: a) Exame sorológico, b)
Parasitológico, c) Exames inespecíficos – Hemograma e Dosagem de proteínas.
Tratamento
A primeira
escolha são os antimoniais pentavalentes (antimoniato de Nmetil-glucamina), na
dose 20mg/Kg/dia.
Em gestantes a
anfotericina b é a droga indicada para o tratamento.
Contra-indicações
-
As drogas não podem ser administradas em portadores de cardiopatias,
nefropatias, hepatopatias, doença de Chagas. Em gestantes recomenda-se não
utilizar o antimoniato de N-metil glucamina.
Medidas
Preventivas
Estimular as medidas
de proteção individual, tais como uso de repelentes, uso de mosquiteiros;
Saneamento Ambiental; Controle da população canina errante; Organização de
serviços de saúde para atendimento precoce dos pacientes, visando diagnóstico,
tratamento adequado e acompanhamento dos pacientes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário