domingo, 30 de junho de 2013

MENINGITES VIRAIS






As meningites virais são também chamadas assépticas ou serosas. O
sistema nervoso central pode ser infectado por um variado conjunto de
vírus; mas independente do agente viral, o quadro clínico caracteriza-se
por aparição súbita de cefaléia, fotofobia, rigidez de nuca, náuseas, vômitos
e febre. Ao exame físico, destaca-se o bom estado geral do paciente
e a presença de sinais de irritação meníngea (Kernig e Brudzinski).
Agente etiológico
Vários vírus podem causar meningite viral, dentre estes, destacam-se: enterovírus,
arbovírus, vírus do sarampo, vírus da caxumba; vírus da coriomeningite
linfocítica; HIV-1; adenovírus e vírus do grupo Herpes (herpes
simples tipo 1 e tipo 2; varicela zoster; Epstein –Barr, citomegalovírus).
Reservatório, Modo de transmissão, Período de incubação e de
transmissibilidade
Variam de acordo com o agente infeccioso.
Complicações
Em geral, não estão associadas a complicações.
Diagnóstico
Clínico-epidemiológico e laboratorial. A realização de punção para exame
do líquor cefalorraquidiano é fundamental.
Tratamento
Em geral, o tratamento é de suporte; sendo orientada criteriosa avaliação
e acompanhamento clínico. O tratamento antiviral específico não tem
sido amplamente utilizado; exceto em casos específicos (ex: meningite
herpética).
Medidas de controle
O diagnóstico e o tratamento precoce dos casos são medidas que contribuem
para o controle da doença. As medidas de controle específicas relacionam-
se com o agente etiológico. Em situações de surto, a população deve ser
orientada sobre os sinais e sintomas da doença, medidas gerais de higiene e
ainda medidas de prevenção específicas, conforme o agente responsável.

MENINGITE TUBERCULOSA


É uma das complicações mais graves da tuberculose. O seu quadro clínico é, comumente, de início insidioso, embora alguns casos possam ter um começo abrupto, marcado pelo surgimento de convulsões. É dividido em 3 estágios. O primeiro, geralmente, tem duração de 1 a 2 semanas, com sintomas inespecíficos, como: febre, mialgias, sonolência, apatia, irritabilidade, cefaléia, anorexia, vômitos, dor abdominal e mudanças súbitas do humor. No segundo estágio, persistem os sintomas sistêmicos, mas surgem sinais de lesão de nervos cranianos, exteriorizando-se por paresias
e plegias, estrabismo, ptose palpebral, irritação meníngea e hipertensão intracraniana. Podem surgir sinais de encefalite, com tremores periféricos, distúrbios da fala, trejeitos e movimentos atetóides das extremidades. No terceiro, surgem déficit neurológico focal, opistótono, rigidez de nuca, alterações do ritmo cardíaco e da respiração e graus variados de perturbação da consciência, incluindo o coma. Em qualquer estágio clínico da doença, pode-se observar convulsões focais ou generalizadas.
Agente etiológico
O complexo Mycobacterium tuberculosis é constituído de várias espécies, a saber: M. tuberculosis, M. bovis e M. africanum. O M. tuberculosis é um bacilo não formador de esporos, sem flagelos e que não produz toxinas. É uma espécie aeróbica estrita, necessitando de oxigênio para crescer e se multiplicar.
Habitat
Embora outros animais, em especial o gado bovino, possam ser reservatórios, é o homem, com a forma pulmonar bacilífera, que tem a maior importância epidemiológica.
Modo de transmissão
A transmissão se dá principalmente por via aérea, pela qual os bacilos penetram com o ar inspirado e vão atingir as porções mais periféricas do pulmão. Os casos de tuberculose pulmonar com baciloscopia de escarro positivo constituem a principal fonte de infecção, pois eliminam grande número de bacilos, podendo provocar infecção dos contatos, com maior probabilidade de desenvolvimento de formas graves da doença, como a meningite. Período de incubação
De 4 a 12 semanas após a infecção, são detectadas as lesões primárias. A meningite tuberculosa, em geral, é uma complicação precoce da tuberculose primária, que ocorre, freqüentemente, nos primeiros seis meses após a primo-infecção. Pode, no entanto, só se manifestar anos depois.
Período de transmissibilidade
A meningite tuberculosa não é transmissível, a não ser que esteja associada à tuberculose pulmonar bacilífera, cuja transmissibilidade se mantém enquanto houver doença pulmonar ativa. O tratamento quimioterápico correto praticamente anula a contagiosidade.
Complicações
Existe uma relação direta entre a precocidade diagnóstica e o prognóstico, porém, infelizmente, a maioria só é diagnosticada nos estágios avançados, justificando assim, a alta letalidade e a ocorrência de sequelas, tais como: aumento do perímetro encefálico, retardamento, espasticidade e hipertonicidade muscular.
Diagnóstico
Os exames laboratoriais do líquor podem confirmar a suspeita clínica de meningite tuberculosa. São eles: Citometria e bioquímica, pesquisa de BAAR e cultura no meio Lowenstein-Jewsen.
Tratamento: